O Paradoxo de Darmos os Nossos Parceiros e Relacionamentos Como Garantidos.




"Do not take anything for granted—not one smile or one person or one rainbow or one breath, or one night in your cozy bed" Guillemots



Se por um lado é verdade que não devemos aceitar nada como garantido na vida, o mesmo se aplica aos relacionamentos íntimos? 

Quando falamos de relacionamentos íntimos, dá-los como garantidos, pode ser um paradoxo com conotação negativa.

Porquê? Estar apaixonado ou construir um vínculo forte requer trabalho de ambas as partes. Por mais ilógico que isso possa parecer, a verdade, é que muitas são as vezes em que isso não acontece. Os nossos parceiros e parceiras, presenteiam-nos com pequenos gestos e "presentes" que nos deveriam inspirar a dedicar mais tempo e energia ao relacionamento. Porém, infelizmente, acontece precisamente o contrário. A dedicação é vista como um dado adquirido, o outro é visto como alguém que nunca nos deixará e por isso, não existe a necessidade de retribuir de forma proactiva. 




Neste momento existe uma negligência empática das necessidades da outra pessoa o que nos leva a pensar sobre determinadas e importantes questões éticas. Como seres humanos, precisamos sentir-nos valorizados pelo que fazemos pelos outros, o não ter qualquer tipo de feedback ou apreciação a longo prazo pode causar sofrimento e desânimo. 

Mais do que receber algo em troca, precisamos sentir que a outra pessoa é genuinamente grata pelo papel vital que desempenhamos na sua vida. É importante também entender que precisamos ser ouvidos, levados a sério e ter abertura/disponibilidade para falar de frustrações ocorridas no interior do relacionamento e na vida. 

Sendo directa e incisiva, os nossos parceiros e parceiras, precisam sentir de nós o que tão preciosamente nos foram dando e que fomos negligenciando com a típica falta de tempo ou demasiado foco nas nossas próprias aspirações e ganhos pessoais. 

Dar ou ter o outro como um dado adquirido pode gerar nele sentimentos como: sentir-se usado, explorado, enganado e até mesmo traído. 

Como estes sentimentos são criados? Lembram-se do período de namoro? 

A época de namoro está assente na premissa ou promessa de amor verdadeiro, compaixão, vulnerabilidade e apoio. Temos ou devíamos olhar para os nossos relacionamentos íntimos com outros olhos e admitir que, mais do que desejamos, é nossa a responsabilidade de não nos esforçarmos em nutrir os nossos parceiros como um bom relacionamento exige. Relacionamentos não são feitos para nos manter em um estado de "Eu", mas para avançar em um estado de "nós". 

Lembre-se de que, independentemente da alta compatibilidade existente entre si e o seu parceiro ou parceira, é necessário manter o relacionamento vivo e vibrante. Não se permita e não espere que o outro reme sozinho. Ser casal é ser equipa. Seja grato pelas pequenas coisas e todos os gestos com que o seu parceiro o nutre. 

Amar é ser consistente. Amar é ser consciente.

Como nota final, gostaria de dizer que o modo como nos comportamos nos nossos relacionamentos tem uma associação directa com o nosso sistema de vinculação, linguagem de amor e feridas emocionais. Temas que irei abordar nos próximos artigos.


Seja o seu melhor, para si e para o outro!



Com amor,


Alexandra Santos 

Comentários

  1. Ó coisa mailinda!!! ;)
    Ora viva, amiga Alexandra!
    Beijinho com votos de uma boa semana.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Cá estamos de volta :)

      O meu espaço precisava de nova cor e de nova vida.

      Obrigada pela visita. Beijinho!

      Eliminar
  2. Um texto brilhante.
    Subscrevo
    Beijinho

    ResponderEliminar

Enviar um comentário

Façam do meu espaço o vosso espaço, ousem comentar... eu ousarei responder! :)

Mensagens populares